Segundo um novo relatório da ANSES (Agência Francesa de
Alimentos, Saúde e Segurança Ambiental e Ocupacional), a luz azul da iluminação
LED, cada vez mais usada em nossas casas, pode danificar a retina do olho e perturbar
nossos ritmos biológicos e sono.
Novas evidências científicas confirmam os “efeitos
fototóxicos” da exposição de curto prazo à luz azul de alta intensidade,
bem como um aumento do risco de degeneração macular relacionada à idade após
exposição crônica a fontes de baixa intensidade.
LED
A tecnologia LED consiste em um chip semicondutor
posicionado em uma superfície refletiva; quando a eletricidade passa pelo
semicondutor, luz é produzida.
Também chamada de luz azul, a tecnologia não é nova, mas está
passando por um rápido desenvolvimento tecnológico e econômico.
Por muitos anos, LEDs foram usados apenas em eletrônicos,
mas agora são encontrados como parte integrante dos sistemas de iluminação em
todo o mundo, especialmente porque usam significativamente menos eletricidade
por lúmen do que muitas tecnologias tradicionais de iluminação.
A ANSES diferencia tipos de luz azul em seu relatório. Por
exemplo, a iluminação LED doméstica “branca quente” tem riscos de
fototoxicidade fracos, semelhantes à iluminação tradicional. No entanto, outras
fontes de iluminação LED, incluindo as lanternas mais recentes, faróis de automóveis
e alguns brinquedos produzem uma luz azul mais branca e mais “fria” que também
é mais prejudicial.
Vantagens x desvantagens
Um estudo americano também descreveu o uso da luz azul como
“cada vez mais proeminente” no mundo de hoje. O principal autor da
pesquisa, Gianluca Tosini, da Escola de Medicina Morehouse em Atlanta (EUA),
disse que a luz pode realmente danificar os olhos, mas apenas se os
comprimentos de onda estiverem abaixo de 455 nanômetros e a intensidade for
bastante alta.
“Existem fotorreceptores de luz azul na retina que se
comunicam diretamente com o relógio circadiano do cérebro”, contou Tosini
à CNN. “É verdade que a exposição à luz à noite afeta o sono e os ritmos
circadianos, principalmente inibindo a síntese do hormônio melatonina, promotor
do sono”.
No entanto, ele também disse que alguns estudos mostraram
que a exposição à luz azul no meio do dia pode ter efeitos benéficos na medida
em que aumenta o estado de alerta.
Janet Sparrow, professora de ciências oftálmicas da
Universidade de Columbia (EUA), concorda, afirmando que a luz azul ajuda os
indivíduos a manter os ritmos diários que permitem o sono.
Por outro lado, a retina “acumula moléculas
fluorescentes geralmente referidas como lipofuscina”, explicou Sparrow.
“Estes compostos tornam-se mais abundantes com a idade e são sensíveis à
luz azul”. Evidências iniciais sugerem que essa sensibilidade à luz pode
levar a respostas ópticas doentias a longo prazo.
E agora?
No geral, os cientistas estão convencidos de que a exposição
à luz azul LED na faixa de 470 a 480 nanômetros por um período curto a médio (dias
a semanas) não deve aumentar significativamente o risco de doença ocular, mas o
mesmo não é necessariamente verdade para um período de tempo muito longo (meses
a anos).
“Acredito que mais estudos são necessários sobre este
tema”, completou Tosini.
Em última análise, a ANSES acredita que o limite máximo
recomendado para a exposição a curto prazo à luz azul deve ser revisado para
baixo, mesmo que a maioria das pessoas raramente consiga atingir esse nível.
Crianças e adolescentes, cujos olhos não filtram totalmente a luz azul, são
particularmente sensíveis aos danos da luz LED fria.
CNN]
A agência também recomendou que apenas dispositivos LED de baixo risco estejam disponíveis para os consumidores, e que a luminosidade dos faróis dos carros seja reduzida. [
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